Chegou no Rio um inspetor da ONU pra verificar se houve ou não casos de brutalidade policial e uso excessivo de força durante atuações policiais nos morros cariocas. Onde estavam os inspetores da ONU para analisar violações aos direitos humanos durante a parte mais sangrenta da Guerra do Iraque? Ou quando os iraquianos foram enviados via Sedex (vamos valorizar o produto nacional!!!) do Iraque para Cuba? Ou pra ficar mais perto de casa, quando aquela galera estava sendo queimada dentro dos ônibus na Dutra, ou o PCC tava tocando o terror em São Paulo? Agora, quando a polícia sobe o morro, é recebida a bala e revida eles aparecem? Não sou a favor de um estado totalitário, em que todos nós vamos ter que viver debaixo da sola de um coturno policial, ao contrário. Mas acho que todo mundo já viu que em alguns pontos do Rio de Janeiro, a situação tá preta... O pior é que eu acredito que o que tenha feito a ONU enviar um investigador aqui não tenha sido nem alguma reportagem sensacionalista (ou não) sobre os abusos da polícia carioca e sim o fato de algum empregado das Nações Unidas ter visto o filme Tropa de Elite e como o filme é baseado em fatos reais, ter achado que era quase um documentário da situação atual do BOPE no Rio. E vamos combinar que mandar neguinho pro saco ou então pedir pra seu subordinado trazer a 12 punheteira, não angaria simpatia para nenhuma força policial no mundo. Agora vamos ter um americano assustado subindo as favelas cariocas e conversando com famílias de pessoas que foram mortas, algumas injustamente e outras não - mas não vem ao caso, e com os representantes das ONGs dos Direitos Humanos do Rio. Aí cabe o que o delegado titular do CORE, Rodrigo Teixeira, disse hj durante o enterro de um policial no Rio. O cara tava de folga, mas se ofereceu como voluntário numa missão que ia resgatar um grupo de policias do CORE que estavam presos dentro de uma favela. Ele era atirador de elite e ia no helicóptero para dar apopio aéreo, mas acabou sendo atingido na cabeça por uma bala, ficou preso pelo cabo de segurança ao helicóptero, mas acabou não resistindo ao ferimento... Aí na saída do enterro do policial, ele disse: "Me causa estranheza não ter nenhum representante de direitos humanos aqui. A sociedade tem muito a perder com a morte desse rapaz". E isso é verdade. O pessoal dos direitos humanos só faz escarcéu, passeata, e o escambau a quatro quando morre favelado (morador de comunidade carente é o meu ovo esquerdo!). Quando quem morre é policial, ninguém fala nada. Por isso que eu digo. Direitos humanos só para os humanos direitos. Abraços.
