E a dengue continua como o assunto do dia. Já deixou de ser um caso de epidemia para virar um caso de histeria coletiva. Atualmente aqui no Rio, em um jornal de quarenta minutos, você pode ter certeza que pelo menos vinte e cinco falarão da epidemia de dengue. A cada telejornal todas as estatísticas são despejadas para o espectador, sempre maiores e sempre parecendo que nada está sendo feito para resolver a situação.
Todos sabemos que alguma coisa está sendo feita, mas é muito pouco e muito tarde para conseguir colocar a saúde do Rio de volta nos eixos. A população está histérica a tal ponto que todo e qualquer sintoma que alguém apresenta, é dengue. Você pulou um muro, caiu de mau jeito e se machucou todo? É dengue. Você quase decepou um dedo fazendo malabarismos com facas afiadas? Pode ter certeza que é dengue (na minha opinião é burrice, mas...). Você tropeçou na rua, bateu de cabeça no meio-fio e perdeu metade da sua massa cinzenta pelo buraco resultante? É dengue e hemorrágica.
O mais absurdo disso tudo é que depois de um jogo de emnpurra monstruoso, no qual o César Maia jogava a culpa no Sérgio Cabral Filho e este passava a batata quente pro Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que lançava a bagaça de volta pro Prefeito Maluquinho, finalmente alguém fez alguma coisa. Montaram as tendas de re-hidratação para atender os pacientes "dengosos", só que pra você poder ser atendido em uma dessas tendas, é necessário que você tenha passado primeiro por um hospital e receba um encaminhamento. E é aí que a porca torce o rabo. Essas tendas são um grande jogo de espelhos e fumaça montado pelo César Maia para tirar o foco (sem trocadilhos) do verdadeiro problema. Como ele faz com todos os problemas do Rio. Ou alguém acreditava que a relativa paz vivenciada no Rio durante o Pan iria durar mais do que o tempo que levaria pros atletas irem embora? Vocês sabem que esse é um ano de eleição, né?
Qual é a maior reclamação mostrada todos os dias nos jornais quando falam das pessoas nos postos de saúde e nos hospitais do Rio? A demora no atendimento. A falta de pessoal capacitado para tratar os pacientes. Se não tem ninguém para realizar esse atendimento inicial, quem é que vai emitir os encaminhamentos para que as pessoas possam ser atendidas nas tendas? Círculo vicioso? Mal uso do dinheiro público? Jogada de marketing em ano eleitoral? Todas as anteriores?
É o que eu digo. Cada povo tem os governantes que merecem... Sinto pena do Rio de Janeiro... Muita pena. Abraços.
